Por que Devemos Exaltar a Seleção de Futebol Feminino?

Particularmente, não entendo muito de futebol. Pouco sei sobre regras, golaços e todo o mais que envolve o universo da bola. Porém, em plena Copa do Mundo na França, é impossível não se envolver com o esporte. Especialmente, porque por trás da competição há muitas outras questões em jogo. Por isso, vamos falar sobre porque devemos exaltar a seleção de futebol feminino.

Diferente do futebol jogado pela já consagrada seleção de futebol masculino, o futebol feminino aborda muitos outros pontos necessários. Talvez, esse seja o motivo de a Copa do Mundo de Futebol Feminino ser tão irresistível para todas nós.

Por isso, além de todo o espetáculo futebolístico (que infelizmente não poderei abordar com muitos detalhes, como já disse não entendo muito) há também momentos históricos que envolvem a competição. Inclusive, é possível enxergar no gramado, o quanto a igualdade entre mulheres e homens ainda é algo distante no esporte e fora dele.

Representatividade da Seleção Feminina de Futebol

Basta dizer, que o mundo da bola é massivamente dominado pelos homens. Entretanto, para nossa alegria essa realidade muda aos poucos. Hoje, há garotas nas escolinhas de futebol que sonham com uma carreira de sucesso.

 

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“Qual é,qual é futebol não é pra mulher, vou mostrar pra você mané, joga a bola no meu pé” ⚽️❤⚽️❤ #maricotamoleca #marigontijofut #marigontijofut2 #futebol #futebolfeminino #respeiteasminas #respeitosempre #lugardemulheréondeelaquiser #meninasemcampo #meninasjogamfutebolsim #jogadeira #revistajogadora #maracanã #psgacademybrasil

Uma publicação compartilhada por Mari Gontijo (@marigontijofut) em 8 de Jun, 2019 às 7:18 PDT

Também têm aquelas que apenas querem praticar o esporte de forma natural, assim como os meninos o fazem desde sempre! Inclusive, muitas vezes as meninas ainda têm que provar desde cedo que podem jogar bola, que não são frágeis ou menos habilidosas e que o esporte também foi feito para elas. E é assim que deve ser. O futebol tem que ser para todos e todas, assim como todo resto.

Então, uma seleção formada por mulheres jogando bola com muita qualidade e com transmissão mundial apresenta uma das melhores formas de representatividade que poderíamos ter em 2019.

Igualdade

É impossível falar da disputa de futebol mais importante do mundo sem pensar em igualdade. Por isso, uma das escolhas de Marta nessa Copa do Mundo foi super importante!

A jogadora abriu mão do patrocínio da sua chuteira. Marta optou por um modelo todo preto com símbolo rosa e azul, da Go Equal. A entidade é conhecida por defender a equidade de gênero. Então, diante de milhares de pessoas, Marta faz esse manifesto totalmente relevante no momento.

Isso porque mesmo sendo eleita seis vezes a melhor jogadora do mundo, Marta ainda tem ofertas injustas dos patrocinadores. Eles ofereceram à jogadora mais respeitada no futebol mundial valores muito inferiores quando comparados aos dos homens.

Além dos patrocínios, a jogadora também tem salário inferior. Então, Marta ganha cerca de 340 mil euros, por temporada. Enquanto, o Neymar chega a faturar 91,5 milhões euros. Segundo estudo feito pelo IBGE em março desse ano, a mulher brasileira ganha menos que os homens em todas as ocupações.

Por isso, é tão importante que a jogadora tenha manifestado de forma clara sua insatisfação pessoal e também de todas as mulheres, que ganham 20,5% menos que os homens.

Cobertura midiática da seleção de futebol feminino

As diferenças também são vistas na forma como a mídia trata as duas seleções. Não é preciso ir muito longe para perceber… Basta dizer que, mesmo existindo desde 1991, a Copa do Mundo de Futebol Feminino só está tendo a devida cobertura midiática nessa edição de 2019.

Segundo o Globo Esporte, nesse ano a competição terá alcance em 135 países, com cerca de 130 emissoras fazendo a cobertura. E isso se dá por diversos fatores. Maior interesse dos clubes pelas jogadoras e também maior interesse do público.

Ainda segundo o portal, um jogo entre os times femininos Barcelona e Atlético de Madrid reuniu 60 mil pessoas no estádio. Consequentemente, a competição começa a despertar atenção da mídia. Então, a Rede Globo é um exemplo brasileiro, já que está transmitindo os jogos na TV aberta.

Profissionais da imprensa

As profissionais da imprensa que trabalham diretamente com o futebol, também demoraram a conquistar seu espaço. Inclusive, em 2018, a Copa do Mundo da Rússia teve uma narradora mulher pela primeira vez na história brasileira. Isabelly Morais foi a primeira mulher a narrar um gol de Copa do Mundo pela Fox Sports.

Além disso, Ana Thais Matos passa a fazer parte dos times de comentaristas dos jogos de campeonatos regionais desde o início do ano, na SporTV. Agora, ela comenta os jogos da Copa pela rede Globo. Também faz parte do time de comentaristas Nadja Mauad.

Final feliz

Então, mesmo sendo reconhecido como o país do futebol, o Brasil ainda está percorrendo um caminho longo a curtos passos. Afinal, apesar da seleção de futebol feminina ter conquistado a torcida de milhões de brasileiros, ainda tem aqueles que falam “isso não é futebol de verdade”…

Quando ouvi esse comentário, pensei estarmos longe da igualdade esperada. Porém, dias depois, ouvi um homem aleatório comemorando em alto e bom tom, um gol da seleção de Marta, Formiga, Cris, Bárbara… até senti uma pontinha de felicidade!

Em seguida, pensei que na seleção de futebol feminino a dificuldade é grande dentro e fora dos campos, mas a fé na vitória é o que move. E, é assim que deve ser também na luta diária e constante por igualdade.