Recentemente, o termo nióbio ganhou muita repercussão midiática. Isso porque o presidente Jair Bolsonaro fala bastante sobre esse metal e a possível exploração dele em território brasileiro. Segundo o presidente, o metal tem diversas finalidades. Inclusive, pode ser usado para confeccionar acessórios como brincos, colares, anéis etc. Então, vamos contar o que é nióbio e quais são suas reais finalidades.

Após um vídeo do presidente Jair Bolsonaro se popularizar nas redes sociais, o metal nióbio ganhou muita repercussão. Inclusive, o nome passou a ser vinculado com o mundo dos acessórios. Isso porque no famoso vídeo, o presidente segura um colar feito de nióbio, segundo ele mesmo.

Entretanto, surgem algumas dúvidas: será que esse metal é bom para fazer semijoias e bijuterias? Quais vantagens ele tem? Vale a pena usar peças de nióbio? Para responder todas essas perguntas, primeiro vamos esclarecer o que realmente é o nióbio e se esse metal pode ganhar finalidades práticas.

O que é o nióbio?

O nióbio é um elemento químico do tipo metálico, na tabela periódica ele é representado com o símbolo Nb. O nióbio é um dos metais que mais resistem a corrosão. Além disso, ele é um elemento supercondutor. Por isso, ao misturar uma pequena proporção de nióbio ao aço, já se garante que essa liga será bem mais forte e também maleável. Seu ponto de fusão ou derretimento é 2468ºC e seu ponto de evaporação é 4744ºC. Nas condições normais, o nióbio é encontrado na forma sólida.

Qual sua origem?

Em 1801, o cientista britânico Charles Hatchett descobriu o elemento químico e o batizou de columbium, porque a amostra veio dos Estados Unidos, em uma época em que se referiam ao país como Columbia. Depois de um tempo, o nióbio foi confundido com um outro elemento químico, o tantálio. Mas a confusão foi desfeita quando o químico Heinrich Rose conseguiu comprovar que os dois metais eram diferentes. Então, na Europa passaram a chamar o metal de nióbio, em referência a Níobe, filha de Tântalo na mitologia grega.

O que se faz com o metal?

Inicialmente, o nióbio era usado nos filamentos de lâmpadas. Mas foi apenas em 1930 que o metal passou a ser usado com a sua principal finalidade até os dias de hoje. O metal passou a fazer parte de ligas metálicas. E o mais interessante é que o nióbio é capaz de trazer uma resistência muito interessante para essas composições.

Então, com esse metal se faz principalmente ligas, para produção de alguns tipos de aço específicos que são necessários para criação de gasodutos. Além disso, o nióbio é usado desde as turbinas de aviões e foguetes até os aparelhos de ressonância magnética. Isso porque o metal é um elemento fundamental para a composição dos supercondutores.

Por isso, o elemento químico está presente em tecnologias variadas, desde Grande Colisor de Hádrons, o maior acelerador de partículas do mundo até ao telescópio Hubble, que tira fotografias do Sistema Solar.

Onde fica a maior reserva de nióbio do mundo?

Nos anos 60, foi descoberta a maior reserva do mundo desse metal em Araxá, Minas Gerais. Em uma parceria entre o americano Arthur W. Radford e o banqueiro brasileiro Walther Moreira Salles criou-se a Companhia Brasileira de Metalurgia e Mineração. Então, a empresa e a exploração foram crescendo de acordo com a maior visibilidade do metal no mundo. Apesar da família Moreira Salles ainda ser dominante nos negócios do nióbio, hoje em dia, há outras empresas que também exploram o metal no país. No Brasil, está 98,2% de todo nióbio do mundo.

Qual a importância do nióbio para o Brasil e para o mundo?

Apesar do metal ter sua importância reconhecida, especialmente, para a composição de ligas de aço que estão presentes em diversos segmentos da tecnologia, o nióbio não pode ser considerado uma “salvação” para a economia brasileira. Isso porque mesmo sendo produzido exclusivamente no Brasil, o metal não tem um valor tão alto.

Enquanto, apenas um quilo de ouro pode chegar a custar 40 mil dólares, uma tonelada de nióbio tem valor estimado de 26 mil dólares. Além disso, o metal já descoberto em Minas Gerais e em Goiás já é suficiente para abastecer a necessidade mundial desse metal pelos próximos 200 anos. Por isso, a maior exploração do metal não é vantajosa no momento.

Outro ponto que deixa o metal queridinho do presidente em desvantagem é que ele é perfeitamente substituível por outros metais como vanádio e titânio. Então, segundo alguns especialistas, não há mais mercado para o nióbio.

Joias de nióbio

Apesar de ainda não serem muito populares no Brasil, é possível sim confeccionar joias a partir desse metal. Inclusive, no vídeo do presidente que se popularizou, ele mostra um colar do metal com uma tonalidade azul. Esse é um dos aspectos interessantes do metal, ele pode ter cores diferentes de acordo com sua produção. Um dos aspectos mais interessantes das joias desse metal é que ele é hipoalergênico. Entretanto, o custo das peças não são tão acessíveis.

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